20/03/2009

Os gibis pelo mundo



Muda o nome, mas o consagrado formato é o mesmo. Conheça um pouco sobre a origem dos quadrinhos.


Em Portugal, as HQs são conhecidas como histórias aos quadradinhos ou bandas desenhadas. Nos EUA, são comics; na França, bandes dessinées. Fumetti na Itália, tebeos na Espanha, funnies na Inglaterra, historietas na Argentina, muñequitos em Cuba e mangás no Japão. Mas como surgiu esse tipo de entretenimento, que já é até considerado arte em alguns lugares do mundo?

As HQs têm sua origem no século XIX. Em 1820, na França, vendiam-se as chamadas "canções de cego", tanto em edições populares quanto com luxuosas iconografias. As Imagens de Epinal, contos infantis com vinhetas e legendas, já tinham até heróis de capa e espada, com o propósito de dar ao povo a chance de se transferir para a vida romanceada de seus ídolos.

Em 1823, em Boston (EUA), um almanaque publicado por Charles Ellms trouxe, pela primeira vez, entre passatempos e anedotas, algumas historietas engraçadas — surgiu daí o termo comics, pois as primeiras tiras eram sempre humorísticas. Em 1846, apareceu em Nova Iorque a primeira revista exclusiva de historietas, intitulada Yankee Doodle. Enquanto isso, os europeus liam os Rebus (historietas de conteúdo social) e os japoneses contavam com as histórias da dinastia Meigi ilustradas em quadrinhos.

No Brasil, em 1865, Olavo Bilac traduziu Os Garotos Travessos, dos alemães Max e Moritz, publicados aqui como Juca e Chico. O italiano radicado no Brasil, Angelo Agostini, desenhou e publicou, no dia 30 de janeiro de 1869, na revista Vida Fluminense, os quadrinhos As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte.

Em 1895, o francês Georges Colomb criou A Família Fenouillard, que inovou trazendo balõezinhos contendo as falas dos personagens e a ação fragmentada e seqüenciada, as tirinhas, iniciando uma nova forma de expressão. Novos sinais gráficos apareceram nas aventuras de Os Sobrinhos do Capitão, em 1897, criação de Rudolph Dirks. Os desenhos eram, até então, divididos em quadros acompanhados de legendas, dando continuidade às ações.

Quando Walt Disney lançou o Mickey Mouse, em 1928, os quadrinhos já sofriam a influência direta do cinema, com cortes rápidos, angulação variada e ação seriada dos episódios. Mas eram tão importantes que não demorou muito para o ratinho migrar do desenho animado para as revistas.

Em 1929, houve uma mudança significativa na produção das HQs: personagens infantis e seus familiares, com traços cômicos, começaram a concorrer com as histórias de aventuras de Tarzan, o herói das selvas, e Buck Rogers, ficção científica que retratava o século XXV. Novos heróis foram surgindo, como Tintim, adolescente, escoteiro e repórter, acompanhado do seu cão Milou, e Popeye, o marinheiro comedor de espinafre.

O sucesso das histórias de aventuras levou o jornal Chicago Tribune a encomendar os quadrinhos do detetive Dick Tracy (1931) a Chester Gould, o qual influenciou, com seus traços, os cineastas Alain Resnais e Jean-Luc Godard. Por sua vez, o cinema expressionista alemão e os cineastas Alfred Hitchcock e John Ford influenciaram os quadrinhos de Alex Raymond, que criou o Flash Gordon em 1933; de Milton Caniff, que criou Terry e os Piratas em 1934; e de Hal Foster, pai do Príncipe Valente, de 1937.

Mas a revolução aconteceu na revista Action Comics n.º 1, de 1938, quando os desenhistas Joe Shuster e Jerry Siegel lançaram o Super-Homem para o mundo. Em maio de 1939, no rastro do sucesso do homem de aço, a revista Detective Comics n.º 27 lançou o Batman.

Durante a Segunda Guerra Mundial, era fácil encontrar os super-heróis lutando contra os nazistas e os japoneses. A onda nacionalista ajudou a criar o Capitão América, o Capitão Marvel e até a Mulher-Maravilha. Todos faziam parte das fileiras americanas contra o fascismo.

As décadas de 50 e 60 acabaram por consolidar a maioria dos heróis mais populares até hoje — Homem-Aranha, X-Men, os 4 Fantásticos e Hulk, por exemplo —, que, juntamente com seus criadores — como Bob Kane (Batman) e Stan Lee (Homem-Aranha) —, tornaram-se verdadeiras celebridades.

Um comentário:

  1. Gostaria de saber qual é o tamaho dos gibis na Italia,inglaterra e em outros lugares.Fábio Roberto

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