23/03/2009

Sugestões de atividades

Dicas importantes para o uso de HQs em sala de aula

Para aulas de Português - No livro Como usar histórias em quadrinhos na sala de aula, Paulo Ramos sugere trabalhar a questão da linguagem nos quadrinhos. Histórias em quadrinhos do Chico Bento podem ser usadas, por exemplo, para trabalhar as funções e níveis da linguagem.

Para aulas de Educação Artística - O professor pode incentivar os alunos a analisar a linguagem dos quadrinhos (balões, quadros, onomatopéias) e a brincar com ela, realizando suas próprias histórias. A metalinguagem que pode ser percebida, por exemplo, nas histórias em que o Cascão sobe no balão para fugir da água, pode dar origem a discussões ou à produção de histórias que utilizem esses recursos.

Para aulas de Matemática - Os alunos podem ser incentivados a criar histórias com personagens baseados em operações matemáticas ou que se envolvam em tramas cuja solução envolva problemas matemáticos.

Para aulas de História e Geografia - Alguns dos melhores desenhistas de quadrinhos da atualidade são brasileiros. É o caso de Marcelo Campos, Deodato Filho, Bené Nascimento, entre outros. Mas, como o mercado norte-americano tem preconceito com relação aos artistas latino-americanos, a maioria deles mudou de nome. Assim, Marcelo Campos virou Marc Campos, Deodato Filho virou Mike Deodato Jr, Bené Nascimento virou Joe Bennett. O mais paradoxal é que muitos brasileiros que lêem histórias de seus personagens prediletos (Deodato desenha o Hulk, Bené ilustra Elektra, mas já foi o responsável pelo Homem-Aranha) não sabe que está lendo uma história feita por brasileiros. É possível discutir essa situação em aulas de história ou geografia. Uma sugestão seria comprar revistas feitas por esses artistas, dar para a turma ler e, a partir da percepção de que são brasileiros com nomes americanizados, discutir temas como identidade cultural, preconceito cultural, a relação entre os países ricos e países pobres, imperialismo e outros. Também é possível discutir porque esses artistas só conseguem publicar nas grandes editoras nacionais depois de terem seu trabalho publicado nos EUA.

Para aulas de Ciências - A primeira coisa que o professor de ciências deve se lembrar é que os gibis não são um bom veículo para transmitir informações científicas. As histórias criadas com esse propósito acabam sendo chatas e desatualizadas. Isto ocorre por duas razões: a primeira delas é que as HQs são feitas com o objetivo de divertir, entreter, portanto o roteirista não se prende ao conhecimento científico atual. A segunda é que os longos prazos de produção de uma revista (de seis meses a um ano) geralmente fazem com que as informações estejam defasadas quando publicadas. Entretanto, as HQs são ótimos veículos de divulgação de paradigmas científicos, de visões de mundo. Foram as histórias em quadrinhos, por exemplo, que ajudaram muitas pessoas a entender o modelo atômico e a teoria da evolução. Foram os gibis dos super-heróis X-Men que tornaram popular o conceito de mutação e podem ser usados para iniciar uma aula sobre Darwin. Por outro lado, muitas histórias em quadrinhos anteciparam descobertas científicas, como Flash Gordon e a corrida espacial, Dick Tracy e o telefone celular e o Quarteto Fantástico e a realidade virtual. Além disto, há histórias em quadrinhos que não só divulgam paradigmas, como discutem o papel da ciência na sociedade atual e a responsabilidade do cientista. Bons exemplos são Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbons, e Homem-Animal, de Grant Morrison e Chas Trough. O professor pode levar histórias em quadrinhos para aulas de ciências e levar os alunos a discutir as teorias científicas que estão por trás dos roteiros. Também é valido debater como algumas histórias, especialmente de super-heróis, contradizem o conhecimento que se tem sobre determinado assunto. O fato do Super-Homem voar, por exemplo, pode ser usado para inserir a discussão sobre a Teoria da Gravitação Universal, de Newton.

Trabalho transdisciplinar - Esse trabalho pode envolver professores de diversas disciplinas, entre elas história, geografia, português e educação artística. Os alunos seriam incentivados a pesquisar sobre o bairro no qual está instalada a escola. Através de pesquisa bibliográfica e entrevistas com moradores, cada grupo recolheria material para produção de uma história em quadrinhos. No final, todas essas histórias podem ser reunidas em um fanzine. O fanzine é uma revista artesanal, feita em fotocópias e com baixa tiragem. Outra opção é fazer uma exposição com o material produzido e convidar a comunidade para visitar.

Gibis na sala de aula

Ao contrário do que muitos pensam, não existem histórias em quadrinhos apenas infantis. Compreender os tipos de HQs e seus gêneros é essencial para a boa utilização desse recurso na sala de aula. Lembre-se: escolha os gibis de acordo com o público-alvo.

Alguns tipos de histórias em quadrinhos

Infantis
- inclui revistas como Turma da Mônica e Zé Carioca. São as mais conhecidas e fáceis de achar. A garotada começa a ler esse tipo de história até mesmo antes de se alfabetizar, pela facilidade de leitura visual. O interesse por esse tipo de história costuma decair a partir dos onze anos.

Super-Heróis - São voltadas para adolescentes, na sua maioria do sexo masculino. Inclui revistas como Batman e Homem-Aranha.

Mangás - São histórias em quadrinhos japonesas. Freqüentemente publicadas em preto e branco e com apoio da divulgação proporcionada pelos desenhos animados, essas histórias têm conquistado cada vez mais adeptos entre os adolescentes brasileiros. Cavaleiros do Zodíaco e Dragon Ball são exemplos.

Quadrinhos Adultos - não devem ser confundidas com histórias eróticas. São voltadas para um público mais intelectualizado e se destacam pela qualidade do texto e dos desenhos. Maus e Persépolis são exemplos desse tipo de gibi.

Eróticos - São histórias relacionadas a sexo, geralmente feitas com baixas tiragens e sem continuidade. Durante algum tempo, esse foi um mercado de trabalho importante para os quadrinistas nacionais, já que não havia concorrência do material importado e alguma das melhores HQs brasileiras foram produzidas nesse gênero. Hoje, com a proliferação dos mangás eróticos (hentai), esse gênero deixou de ser um reduto nacional.

20/03/2009

Os gibis pelo mundo



Muda o nome, mas o consagrado formato é o mesmo. Conheça um pouco sobre a origem dos quadrinhos.


Em Portugal, as HQs são conhecidas como histórias aos quadradinhos ou bandas desenhadas. Nos EUA, são comics; na França, bandes dessinées. Fumetti na Itália, tebeos na Espanha, funnies na Inglaterra, historietas na Argentina, muñequitos em Cuba e mangás no Japão. Mas como surgiu esse tipo de entretenimento, que já é até considerado arte em alguns lugares do mundo?

As HQs têm sua origem no século XIX. Em 1820, na França, vendiam-se as chamadas "canções de cego", tanto em edições populares quanto com luxuosas iconografias. As Imagens de Epinal, contos infantis com vinhetas e legendas, já tinham até heróis de capa e espada, com o propósito de dar ao povo a chance de se transferir para a vida romanceada de seus ídolos.

Em 1823, em Boston (EUA), um almanaque publicado por Charles Ellms trouxe, pela primeira vez, entre passatempos e anedotas, algumas historietas engraçadas — surgiu daí o termo comics, pois as primeiras tiras eram sempre humorísticas. Em 1846, apareceu em Nova Iorque a primeira revista exclusiva de historietas, intitulada Yankee Doodle. Enquanto isso, os europeus liam os Rebus (historietas de conteúdo social) e os japoneses contavam com as histórias da dinastia Meigi ilustradas em quadrinhos.

No Brasil, em 1865, Olavo Bilac traduziu Os Garotos Travessos, dos alemães Max e Moritz, publicados aqui como Juca e Chico. O italiano radicado no Brasil, Angelo Agostini, desenhou e publicou, no dia 30 de janeiro de 1869, na revista Vida Fluminense, os quadrinhos As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte.

Em 1895, o francês Georges Colomb criou A Família Fenouillard, que inovou trazendo balõezinhos contendo as falas dos personagens e a ação fragmentada e seqüenciada, as tirinhas, iniciando uma nova forma de expressão. Novos sinais gráficos apareceram nas aventuras de Os Sobrinhos do Capitão, em 1897, criação de Rudolph Dirks. Os desenhos eram, até então, divididos em quadros acompanhados de legendas, dando continuidade às ações.

Quando Walt Disney lançou o Mickey Mouse, em 1928, os quadrinhos já sofriam a influência direta do cinema, com cortes rápidos, angulação variada e ação seriada dos episódios. Mas eram tão importantes que não demorou muito para o ratinho migrar do desenho animado para as revistas.

Em 1929, houve uma mudança significativa na produção das HQs: personagens infantis e seus familiares, com traços cômicos, começaram a concorrer com as histórias de aventuras de Tarzan, o herói das selvas, e Buck Rogers, ficção científica que retratava o século XXV. Novos heróis foram surgindo, como Tintim, adolescente, escoteiro e repórter, acompanhado do seu cão Milou, e Popeye, o marinheiro comedor de espinafre.

O sucesso das histórias de aventuras levou o jornal Chicago Tribune a encomendar os quadrinhos do detetive Dick Tracy (1931) a Chester Gould, o qual influenciou, com seus traços, os cineastas Alain Resnais e Jean-Luc Godard. Por sua vez, o cinema expressionista alemão e os cineastas Alfred Hitchcock e John Ford influenciaram os quadrinhos de Alex Raymond, que criou o Flash Gordon em 1933; de Milton Caniff, que criou Terry e os Piratas em 1934; e de Hal Foster, pai do Príncipe Valente, de 1937.

Mas a revolução aconteceu na revista Action Comics n.º 1, de 1938, quando os desenhistas Joe Shuster e Jerry Siegel lançaram o Super-Homem para o mundo. Em maio de 1939, no rastro do sucesso do homem de aço, a revista Detective Comics n.º 27 lançou o Batman.

Durante a Segunda Guerra Mundial, era fácil encontrar os super-heróis lutando contra os nazistas e os japoneses. A onda nacionalista ajudou a criar o Capitão América, o Capitão Marvel e até a Mulher-Maravilha. Todos faziam parte das fileiras americanas contra o fascismo.

As décadas de 50 e 60 acabaram por consolidar a maioria dos heróis mais populares até hoje — Homem-Aranha, X-Men, os 4 Fantásticos e Hulk, por exemplo —, que, juntamente com seus criadores — como Bob Kane (Batman) e Stan Lee (Homem-Aranha) —, tornaram-se verdadeiras celebridades.

19/03/2009

As HQs no contexto educacional



Durante muito tempo, pais e professores acreditavam de que as histórias em quadrinhos eram nocivas. Quando muito, as HQs eram consideradas "coisa de criança" e os que permanecessem lendo esse tipo de mídia na idade adulta eram vistos com desconfiança.
As histórias em quadrinhos eram acusadas de desestimular a leitura (as crianças ficariam preguiçosas ao lerem gibis) e a criatividade (uma vez que já traziam o desenho das cenas, deixando pouco para a imaginação do leitor). Além disso, segundo o livro Sedução dos Inocentes, de Fredrick Werthan, publicado nos EUA no início dos anos cinqüenta, os gibis seriam responsáveis pela delinqüência juvenil.
Esses pontos de vista já foram suficientemente demonstrados como equivocados. Alguns dos maiores escritores da atualidade foram leitores ávidos de quadrinhos. Ray Bradbury, talvez o melhor escritor norte-americano do século XX, dizia que era filho de Flash Gordon. Umberto Eco, badaladíssimo pelos intelectuais, é um grande fã de quadrinhos. No Brasil há vários escritores famosos que são fãs de quadrinhos, Jô Soares entre eles.
Quanto aos quadrinhos não estimularem a imaginação, os pesquisadores têm percebido exatamente o oposto. Embora os desenhos mostrem o cenário e os personagens, o movimento, a ação ocorre na cabeça do leitor. É no espaço entre um quadrinho e outro que a imaginação do leitor trabalha. Curiosamente, os que criticam os quadrinhos são justamente aqueles que não têm o hábito da leitura. Pessoas com alto nível intelectual têm se voltado para as possibilidades pedagógica dos gibis.
As vantagens do uso de quadrinhos na sala de aula são óbvias. Ao contrário de outras mídias, as HQs têm baixo custo de produção e é muito fácil conseguir exemplares (basta pedir aos alunos e a maioria trará de casa). Mas atenção: antes de levar as histórias os gibis para a sala de aula, é necessário algum conhecimento sobre o assunto. Não basta pedir para os alunos fazerem uma história em quadrinhos, sem qualquer orientação. Para melhor explorar as possibilidades pedagógicas das HQs, é necessário conhecer um pouco do processo de produção e da linguagem do meio.


Como é feita uma história em quadrinhos
A produção de histórias em quadrinhos envolve várias fases, cada uma com suas características e possibilidade de uso em sala de aula. Num primeiro momento é elaborado um roteiro. Em algumas situações, é comum essa fase ser antecedida por uma discussão a respeito da história. No roteiro são especificados a ação e os textos, incluindo os diálogos e as legendas (são o texto narrativo, que geralmente aparecem em balões quadrados), já dividindo a história em páginas e quadrinhos. O roteiro de quadrinhos geralmente segue uma estrutura parecida com a um roteiro de cinema ou de televisão. No alto, coloca-se o título, abaixo o nome do roteirista. A seguir, coloca-se a descrição dos quadrinhos com seus respectivos diálogos e textos.


Um exemplo básico de roteiro:
MUNDO DRAGÃO
HISTÓRIA DE GIAN DANTON
PÁGINA 1
QUADRO 1 - Lia, Bruno e JR estão se aproximando de uma casa abandonada.
TEXTO: A aventura começou no dia em que JR chamou os amigos para conhecerem uma casa abandonada.
LIA: Ei, JR! Tem certeza de que não é perigoso?
BRUNO: Claro que não, Lia. Só vou mostrar uma coisa que descobri...


Como se pode ver no exemplo acima, o roteiro apresenta uma visão completa de como será a história, quadro a quadro. Além da descrição, todo o texto e os diálogos já aparecem no roteiro.
Algo importante a se dizer sobre o roteirista é que ele deve ter pleno domínio da língua portuguesa, além de dominar várias outras áreas do conhecimento. Uma história em quadrinhos pode exigir conhecimentos de história, geografia, física, biologia, psicologia e várias outras áreas. Bons roteiristas de quadrinhos costumam ser leitores vorazes, que devoram tudo que lhes cai nas mãos, de revistas de geografia a publicações políticas.
Pronto o roteiro, ele é repassado ao desenhista, que faz os traços a lápis. Habitualmente este repassa a outro artista, chamado arte-finalista, que cobre de tinta preta os contornos. Se a histórias for colorida, ela geralmente é repassada a outro profissional, o colorista. Quem coloca o texto nos balões é o letrista. Hoje em dia boa parte desse processo de colorização e letreiramento é feito no computador.
Pronta a história, ela é repassada ao editor. Ele é o grande responsável por dar a cara da revista, escolhendo a capa, respondendo as cartas dos leitores, inserindo os anúncios e, se for o caso, escrevendo textos explicativos sobre a história. O editor repassa para a gráfica, que imprime, monta e grampeia as revistas, e para a distribuidora, que envia as revistas para as bancas.
Este é um esquema de uma história comercial. Há muitos autores que controlam todo o processo, fazendo do roteiro à distribuição de suas histórias. Esses autores geralmente publicam suas histórias em fanzines, feitos em fotocópias. Outros montam uma pequena gráfica em casa e fazem todo o processo artesanalmente, vendendo suas revistas pelo correio, pela internet, ou em filas de cinema ou teatro.



Alguns elementos das histórias em quadrinhos
As histórias em quadrinhos envolvem uma linguagem complexa, que foi se aperfeiçoando ao longo de mais de um século de existência dessa arte. Esses elementos e sua simbologia são tão importantes que, para quem não está acostumado com ele, pode ser até impossível entender a história.
Quadro - Também chamado de requadro ou cercadura, é o espaço no qual acontece uma ou mais ações. Nos EUA usa-se geralmente um máximo de seis quadros por página, mas alguns autores contemporâneos preferem o formato clássico de nove quadros por página (usado, por exemplo, em Watchmen). Na Europa, onde sao comuns revistas de tamanho maior, esse número pode dobrar. A disposição dos quadros na página pode facilitar ou dificultar a leitura (lembre-se que no ocidente lemos da esquerda para a direita e isso deve ser respeitado nas HQs). Além disso, a disposição dos quadros cumpre a função de dar dinamismo às seqüências.
Balão - É onde ficam as falas dos personagens. O balão normalmente é arredondado, com um rabicho que indica quem está falando. O texto narrativo é colocado em um balão quadrado. O balão não só expressa quem está falando, como pode expressar o humor da pessoa. Assim, um balão pode expressar susto, grito, medo, frieza e até amor (é o caso de um balão no formato de coração). Incentive seus alunos a descobrir vários tipos de balões e a criar seus próprios balões.
Metáforas visuais - Quando o personagem está nervoso, sai uma fumacinha da cabeça dele. Quando alguém está correndo muito rápido, aparecem vários traços paralelos para demonstrar seu deslocamento. Essas metáforas visuais são usadas pelos quadrinistas para transmitir situações da história sem necessitar utilizar o texto. Incentive seus alunos a criar metáforas visuais para várias situações. Por exemplo, como seria a metáfora visual para alguém triste? Que tipo de metáfora visual poderia demonstrar que alguém está pensando em dinheiro?
Onomatopéias - Expressam o som dos objetos e permitem que o leitor "ouça" o som das coisas. Durante muito tempo os brasileiros tentaram imitar as onomatopéias norte-americanas, mas hoje a tendência é criar palavras locais. Leve vários objetos para a sala de aula e incentive seus alunos a criar onomatopéias para eles. Por exemplo, como seria possível escrever o som de uma régua batendo no quadro? Como é o som de um cofrinho cheio de moedas sendo balançado?

18/03/2009

No mundo dos quadrinhos

Muitas crianças começam a ter gosto pela leitura lendo gibis...

As HQs surgiram nos jornais há mais de um século. Devido ao tempo, é difícil para muitos leitores recordar qual foi a primeira história que leram, dentre inúmeras já publicadas. Graças aos quadrinhos, muitas pessoas despertaram o gosto pela leitura, e a partir daí, desenvolveram o hábito de ler. Laerte – premiado chargista, quadrinista e desenhista, admite que as HQs foram importantes para o seu crescimento. “Os quadrinhos tiveram importância na formação do meu hábito de ler, mas para outras pessoas, eles também podem atuar como empecilho, ao acostumar a pessoas a ter sempre uma imagem, uma narrativa visual, junto com o texto.”

Clássicos da Literatura em HQ
Para estimular a leitura de textos clássicos e de difícil compreensão, foi elaborado em 2005 o “Viva Leitura”, projeto da Editora Fundação Peirópolis. Com o apoio do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, a editora transforma títulos como Dom Quixote e Os Lusíadas em HQ. A partir dos elementos visuais típicos de um quadrinho, o intuito do Viva Leitura é popularizar o conteúdo das obras clássicas, especialmente entre os estudantes. Enquanto para uns os quadrinhos são um passatempo infantil - também utilizados de forma didática, para Laerte, eles foram criados como uma alternativa de leitura aos adultos que buscam um tipo de entretenimento diferenciado.


Publicações Japonesas
Conhecidas do público nacional, HQs como Mafalda, Superman, Tio Patinhas, Sandman, entre outras, continuam entre as mais lidas. No entanto, já dividem espaço com as publicações japonesas – chamadas “mangas”. Estas, têm tido grande repercussão e já viraram “febre” entre os amantes das histórias em quadrinhos.Os interesses dos leitores pelos “mangas” que trazem histórias sempre variadas, ilustradas com novas roupagens e personagens expressivos, influenciou, por exemplo, o cartunista Mauricio de Souza, a transformar a famosa Turma da Mônica em “A Turma da Mônica Jovem”, que apresenta traços dos desenhos japoneses, além de retratar a turminha crescida. Na divulgação do projeto, Mauricio esclareceu que a novo estilo das histórinhas acompanha a velocidade de informação dos dias atuais. A “turminha” cresceu, está mais moderna e apresenta um vocabulário diferente. “O gibi foi o início, a Turma da Mônica Jovem é o acompanhamento, é a turminha crescida falando a linguagem do jovem”, explica.
Em relação à narrativa visual, Maurício deixa claro que o desenho ajuda, mas o público infantil também tem interesse pelo enredo da história. “O desenho pode atrair logo de cara, mas todo mundo, inclusive as crianças procura conteúdo”, finaliza.